quarta-feira, 15 de junho de 2011

Conceitos-chave.

97 dias de recuperação da 1a fratura.
20 dias de recuperação da 2a fratura.

De todas as dificuldades que uma pessoa tem de enfrentar, a mais sofrida é, sem dúvida, o simples ato de esperar.

Sabe o que é estranho?
Dia após dia, nada parece mudar, mas quando você se dá conta, tudo está completamente diferente.

E se Deus permitiu que você caísse algum dia, foi porque ele iria te ajudar a levantar duas vezes mais forte.

;-)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Caetaneando...

90 dias de recuperação da 1a fratura.
13 dias de recuperação da 2a fratura.

Hoje tive nova consulta médica. Consegui chegar no médico sem nenhum acidente! Ufa!
A primeira notícia foi ver o raio-x da 2a fratura antes da cirurgia. Segue:



A imagem da esquerda é uma imagem frontal, e a da direita a imagem vista de lado (a mancha branca é o gesso). Dá p/ notar que quebrou tudo de novo mesmo. Mas, como eu mostrei na outra imagem (scopia) a cirurgia já alinhou tudo de novo.
O que é interessante ver neste raio-x são os furinhos que ficaram no osso depois da remoção do fixador externo. (imagem da esquerda - 4 furinhos acima da fratura principal)

Nesta primeira consulta pós-cirurgica, o médico disse que está tudo ok, o inchasso já diminuiu bastante, o movimento do joelho já está voltando e o do tornozelo tenho que trabalhar.
O joelho nos 3 primeiros dias não dobrava, agora já consigo fazer um ângulo de 90 graus.
O médico me ensinou uma "fisioterapia caseira" que eu achei bem útil:
- para recuperar o movimento do tornozelo: passe um lençol na ponta do pé e puxe na sua direção até quando começar a doer. Segure neste ponto por 10 segundos e depois estique o pé para baixo na direção oposta e também segure por 10 segundos.
- para o joelho: devo ir forçando dobrar de acordo com o que a dor permitir, segurando na posição também por 10s e depois esticar.
Fazer estes movimentos várias vezes ao dia ajuda a dimunuir o número de sessões de fisioterapia no fim da recuperação.

Eu também tirei os pontos hoje. No total eram 12 pontos da última cirurgia.
Segue a foto da minha perna hoje, menos inchada e sem pontos. A cor ainda está estranha, porque como eu sou muito branquinha tenho facilidade de ficar com hematomas... e eles demoram para sumir.


Continuo sem poder colocar o pé no chão. Vou voltar daqui 1 mês no médico para novo raio-x e para ele avaliar se já posso colocar o pé no chão.

O único comentário que o médico fez a respeito do tempo total de recuperação foi: ''esse tipo de fratura que você teve é bem chatinha porque no local que você quebrou tem poquíssima irrigação, é só osso e pele, então demora mais mesmo para sarar''.

O négocio é exercitar... a paciência.... e as articulações ;-)


Abaixo segue alguns links de papers interessantes que eu achei na web:





quinta-feira, 2 de junho de 2011

Vida de Árvore.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Apocalipse Now!!!

Mais uma semana chegou, e já fazem 75 dias de recuperação.

Estou em casa me preparando para ir a minha consulta médica de rotina, na qual o médico iria avaliar como está a minha botinha e tirar um novo raio-x para ver se ainda está tudo no lugar.
Mas, e sempre existe um mas na melhor parte da história, eu caí novamente! No hall do elevador, eu não sei direito o que aconteceu, talvez tenha tropeçado no tapete ou desequilibrado na muleta, só se que eu me estatelei no chão.
Joelho e mãos raladas e a perna fraturada doendo absurdamente... Na hora me recusava a acreditar que poderia ter quebrado a perna novamente, então fiquei relutando com a dor, pensando que estava exagerando, mas a cada segundo que se passava e a dor se intensificava, eu fui me dando conta que, realmente, eu tinha altas chances de ter quebrado a perna... de novo!

Cheguei no hospital, e fui direto para a sala de raio-x. Eu ainda estava com a botinha... não conseguia tirá-la! A dor era alucinante... o radiologista se compadeceu da minha dor e deu um jeito de despistar os metais da bota e tirou a chapa com bota e tudo. Em 5min, eu conseguia ver na cara do radiologista e dos técnicos que a minha situação não estava boa.

O médico, após ter visto o raio-x, pediu ao gesseiro que colocasse em mim uma tala de gesso até a metade da coxa, para imobilizar a perna novamente fraturada e o radiologista conseguir tirar outras chapas. Neste momento a única coisa que passava na minha cabeça era: D'eus me ajuda! Me ajuda a sair desta! Me ajuda com esta dor!

Feito a tala e as chapas, meu destino era certo: centro cirúrgico. Não há opção para quando acontece uma re-fratura (não sei se a palavra existe!). A haste de titânio que eu tanto evitava, agora era minha única opção.

48 horas após minha queda, estava eu, novamente, entrando no centro cirúrgico para colocar a haste. Era uma cirurgia de risco devido ao perfil da minha fratura na tíbia: aspiralado e fragmentado. O médico estava preocupado pois corria o risco da fratura se fragmentar ainda mais com a pressão para a colocação da haste.

Após outra rack, outra indução ao sono, e bloqueio de morfina para minha perna direita, eu acordava da cirurgia. Graças a D'eus foi um sucesso!! A haste havia sido inserida e o osso resistiu! Mesmo com a dor intensa o alívio era enorme!

Abaixo está a scopia (raio-x) da mesa de cirurgia, com a haste e os parafusos já colocados. Podemos ver a haste que é a parte escura e que o osso ficou bem alinhado.


Como a haste é inserida próximo a patela, o movimento do joelho fica comprometido pois incha bastante, mas isto é resolvido com fisioterapia.
A respeito da dor, ainda estou nos primeiros dias, então está doendo bastante mas estou tomando vários remédios que ajudam a passar a dor.

Abaixo a foto de como está a minha perna após essa cirurgia e com as cicatrizes das cirurgias anteriores, praticamente uma colcha de retalhos! hahaha



A perna ainda está bem inchada, e apresenta alguns hematomas devido a "re-fratura".

Abaixo segue o link do chart de como é feito a cirurgia, para quem tiver curiosidade.
http://www.smartimagebase.com/fratura-de-t%C3%ADbia-e-f%C3%ADbula-ossos-da-perna-inferior-quebrados-com-cirurgia-de-fixa%C3%A7%C3%A3o/view-item?ItemID=27475

Abaixo um artigo a respeito da história e efetividade do tratamento da fratura de tíbia com a haste.
http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=1590&idIdioma=1

Abaixo artigo discutindo os diversos tratamentos de fratura na tíbia.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-78522009000100008


Obrigada meu D'eus por mais uma etapa conquistada!!!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vou de botinha!

Alcançamos a marca dos 70 dias de recuperação!

Eu que estou com a tala de gesso vou poder tirar a tala e colocar a famosa botinha (robofoot). Isso significa muito, pois com a botinha já vou poder começar a colocar o pé no chão!

Com o Ok do médico, visto que a minha fratura já estava estável e já mostrava um começo de calo de calcificação, eu mesma retirei a tala, higienizei o local, e coloquei a bota. Abaixo a foto.


Confesso que a bota não é 100% confortável... ela tem uma plataforma interna que deixa o seu pé uns 5cm acima do chão. No começo estava com um pouco de dor, pois ficar ajeitando os velcros não é mto agradável e acaba mexendo a perna. A parte boa é que já posso começar a mexer o tornozelo.

O médico pediu que eu já fosse colocando o pé no chão, de leve, ainda com ajuda das muletas. Confesso que não é muito fácil seguir essa orientação, pois parece que você desaprende a andar! Dá medo, e dói. Aí com a dor dá mais medo! hahaha Mas bem de pouquinho fui começado, bem devagarzinho, a apoiar um pouco de peso na perna.

Outro aspecto muito bom da botinha é que as pessoas não acham que você está frágil, então param de fazer caretas e já acham te acham mais normal.

Mais uma etapa sendo cumprida!! Uhuuu

Liberdade condicional!

Finalmente o médico marcou para eu retirar a fixação externa!!
Com 61 dias desde a operação, chegou a hora!!

Normalmente, a fixação externa deve ser removida até 15 dias após a operação e ser convertida para uma haste de titânio, que é inserida dentro da tíbia. Este é o protocolo. Mas meu caso não seguiu o protocolo médico. Devido ao bom alinhamento da fratura, e a ausência de secreções e inflamações nos pinos, somado ao tempo em que meu ferimento ficou aberto, o médico optou por deixar o tempo máximo: 60 dias.
Não poderia passar de 60 dias, pois como a fixação imobilizou por completo meu tornozelo, eu poderia desenvolver uma artrite, devido ao longo período sem movimentação. (isso pode acontecer com qualquer articulação que fica muito tempo sem movimentação).

Eis abaixo a chave da minha liberdade condicional!!


Quando você coloca a fixação externa, eles te entregam esta chave, que você deve guardar até o momento de tirar a fixação. Caso contrário, o médico terá que serrar os ferros!

Tem um aspecto deste momento de liberdade que não é muito legal... O procedimento de retirar os pinos e os ferros é feito a sangue frio, sem anestesia, como se fosse a retirada de pontos!!
Sim sim sim... você leu bem, eles retiram o pino que está parafusado no seu osso a sangue frio!

Quando eu fiquei sabendo disso, quase desmaiei só pensando na dor... não iria conseguir!! Outras pessoas que passaram por esse procedimento me disseram que o osso não dói exatamente, o que dói mais é o atrito com a carne... enfim, eu não queria descobrir essa dor! Pedi ao meu médico que o procedimento fosse feito no centro cirúrgico, para que eu não visse, senão iria ficar louca de dor e não iria aguentar.

Graças a D'eus ele aceitou fazer o procedimento no centro cirúrgico. Tive que fazer toda a preparação como se realmente fosse uma cirurgia, exames e tudo mais. Contudo, o anestesista não me deu nenhuma anestesia, somente um relaxante muscular e um remédio para dormir. Ufa!

Quando acordei, sentia um pouquinho de dor e minha perna já estava com uma tala de gesso. Segue abaixo a foto.


O médico resolveu colocar uma tala de gesso pois acreditava que meu osso já estava colado o suficiente para receber uma botinha (robofoot) depois de 1 semana. Ele optou em não converter para haste de titânio, como manda o protocolo, pelo mesmo motivo.

Qual a diferença entre tala de gesso e gesso? A diferença está no tempo em que cada um vai ficar sendo útil. As talas de gesso servem para imobilizações de carácter temporário, nas quais outro método logo será empregado. Já as imobilizações com gesso já tem carácter mais permanente, com durações acima de 1 mês.

Mesmo com a tala, ainda não podia colocar o pé no chão, e o repouso era recomendado. O que eu achei engraçado nesta tala é que ela é bem pesada. Como nunca tinha usado gesso, não sabia que pesava tanto!

Mais um capítulo da história havia sido encerrado!! Uhuu

Oops!...

Estava já no meu 56 dia de recuperação. Até o momento com fixador externo e sem poder colocar o pé no chão. Estava andando com ajuda de muletas. O repouso continuava tendo que ser constante, por isso meu único passeio era do quarto p/ o banheiro ou sala.
Em um desses passeios, com a luz do corredor da minha casa apagada, não vi que havia uma poça de água no chão e a muleta escorregou. Bati com tudo o pé operado no chão! Graças a D'eus consegui me equilibrar no outro braço da muleta e não caí totalmente no chão.
Mas neste momento, a dor já era intensa e temia pelo pior... aparentemente não havia mudado nada, mas estava com muito medo.
Fui direto para o pronto socorro, onde exames de raio-x foram feitos. Graças a D'eus não havia desalinhado a fratura!! Apesar da dor continuar intensa.
Mas depois de 2 dias a dor melhorou.

Abaixo o raixo x tirado neste dia.
Nesta imagem a gente consegue ver como o tíbia trincou inteira e como a fíbula (o osso fininho) já está se recuperando.



Moral da história: muito cuidado é pouco!!

Abaixo segue um link que explica como andar de muletas. O que é bem útil!!
Neste link também tem várias coisas legais a respeito de fraturas e osteoporose.
http://fisioterapiapassofundo.blogspot.com/

Tenho certeza que tem algo errado...

Já faziam exatos 30 dias que havia me machucado, e 11 dias q havia tirados os pontos.
Percebi que minha cicatriz estava ficando com uma coloração mais escura, de vermelho rosado, ela começou a se tornar roxa... a aparência da pele começou a ficar bem fina, como se fosse um plástico esticado... e eu comecei a ficar preocupada...
Estava eu higienizando a cicatriz, e de repente a pele se rompeu e a minha cicatriz estava aberta novamente. Exatamente no local em que o osso tinha sido exposto! A única coisa que eu tinha a fazer é continuar limpando e lavar com mais soro fisiológico...
Óbvio que na hora bateu um desespero de novo, pois veio de volta todo o medo da inflamação e contaminação... mas o que eu podia fazer? Simplesmente orei p/ que não fosse nada disso, e continuei orando!

No 33 dia, fui novamente ao médico, e mostrei para ele o que tinha acontecido. Ele pareceu um pouco preocupado, mas como não estava saindo nenhuma secreção estranha ele somente receitou uma pomada de colágeno para selar melhor o ferimento. A única explicação que ele me deu foi que havia aconteceido isso devido haver pouco tecido (pouca "carne") no local suturado, o que dificulta a cicatrização interna. A explicação não me deixou mais calma, mas...

Numa situação como esta, o médico pode se prover de 2 instrumentos: a sua experiência ou exame de cultura. Baseado em sua experiência e conhecendo o paciente e seus hábitos ele observa o ferimento, procura por secreções com cores amareladas e que tenham algum odor. A partir daí ele faz o diagnóstico e instrui o paciente. Já, o médico pode escolher não arriscar e fazer um exame de coleta, muito simples, no qual o laboratório passa um tipo de cotonete no ferimento e retira um poquinho do líquido q estiver saindo da ferida. Analisando isto eles determinam qual o microorganismo está agindo naquele ferimento para ele não sarar. Com o resultado na mão o médico sabe o q é necessário ser feito (tomar remédio, higienizar, etc).

Bom, meu médico, para meu desespero, resolveu confirar na experiência dele e eu fiquei com aquele ferimento aberto por mais 20 dias! Eu estava quase já implorando o exame de coleta para saber se havia algo errado... mas graças a D'eus, não tinha nada errado.
Continuei passando a pomada de colágeno, e ela lentamente foi "criando carne" de dentro p/ fora do ferimento, e ele foi fechando lentamente. Bem lentamentamente se me permite dizer.

Antes que me perguntem, suturar novamente o ferimento não era uma opção pois já havia se passado muito tempo desde a primeira sutura, e isso não é protocolo. Além do que, eu corria risco de infecção e não se fecha nada infeccionado... Existe uma máxima médica que diz: na dúvida, deixe aberto.

Novamente, não achei nada na internet a respeito desse assunto... por isso vou ficar devendo o link... tudo o q eu descobri foi falando com os médicos.

Ufa! Mais um susto astronômico passou!!

Acho que tem algo errado...

No dia seguinte a retirada dos pontos eu notei que o local de um dos pontos não estava 100% fechado e eu encasquetei com isso... fui sempre higienizando bem e observando como aquele furinho minúsculo iria se comportar...
Voltei ao médico 1 semana após a retirada para o raio x de acompanhamento do fixador, e reclamei a respeito daquele pontinho aberto, que a esta altura já estava maior.
Acabou que a enfermeira teve que futucar o pontinho dentro da minha carne pois havia sobrado um pedaço do fio da sutura dentro do machucado!
Se eu não tivesse ficado observando bem e sempre limpando, poderia ter inflamado e sabe-se mais o que né?
Por isso é muito importante acompanhar com carinho sua cicatrização.
Após a retirada desse pedacinho de resto de ponto, o buraquinho se fechou em 3 dias.

Ufa! Passou mais um susto!

Tirar os pontinhos....

Se passarm já 19 dias e já é hora de retirar os 7 pontos q fechavam o ferimento.
Normalmente se tira com 15 dias, mas como o meu ferimento foi bem na parte onde existe menos "carne" da perna, o médico resolveu deixar mais um pouco por segurança.

Para saber se os pontos estão bons ou não para serem retirados, normalmente se observa se há secreção, se a sutura está selada, e a aparência geral da pele.
Para garantir que seus pontos cicatrizem bem, a higiene é crucial, e também não ocasionar tensão na área suturada.
O processo é bem simples, e quanto mais cicatrizado estiver a sutura, menos dói.
http://portaldeenfermagem.blogspot.com/2008/07/retirada-de-pontos.html

No meu caso, os pontos eram somente externos, e na hora só deu uma ardidinha, mas não doeu não... quem sabe talvez a gente já não vai criando resistência a dor? hahaha

Primeira visita ao médico!

Se passaram 12 dias e agora era hora de voltar ao médico para acompanharmos o caso.

Abaixo o meu primeiro raio x pós-cirurgico.


Não se parece nada com aquele primeiro raio x né??
Os comentários médicos foram: a fratura está bem alinhada, o que é ótimo, então vamos continuar com o fixador.

Os cuidados são intensos.
Fiquei completamente acamada, proibida de colocar o pé no chão sob qualquer hipótese, e teho que tomar muito cuidado. Os movimentos são restritos devido a posição do fixador externo.
Faço a higiene dos pinos e do ferimento/corte (levei 7 pontos!) diariamente, cuidando para que não haja inflamação.
Os pontos do ferimento só podem ser tirados após, no mínimo, 15 dias da cirurgia, pois precisam estar bem fechados.

O fixador não dói tanto quanto as pessoas imaginam. Na verdade, a dor é minima pois os movimentos são mínimos também ;-).
O que mais dói é ver as pessoas te olhando como se você fosse o bicho papão, e fazendo caretas quando te vêem. Além disso, o que dói ainda mais é a falta de caridade no coração dos outros que dificilmente te oferecem ajuda. Dá vontade de gritar: é só uma perna quebrada!!!! Quer ajudar ou só vai ficar olhando??

Eu digo, pessoal vamos ajudar as pessoas incapacitadas, pois assim como eu escorreguei e aconteceu isso, poderia ser com você!

Um link de exemplo de superação! E de fato acontece com todo mundo!

http://esporte.uol.com.br/outros/ultimas/2005/11/26/ult803u506.jhtm

Mas o que aconteceu com a senhorita?!

Tudo começou dia 10/03/2011, as 7h da manhã, quando escorreguei no chão molhado. Lembro-me de ainda estar no ar quando eu vi a parte inferior da minha perna se expandindo e ouvi o barulho (clac), logo pensei "pqp quebrei minha perna", e quando me dei conta já estava no chão.
A dor? Inexprimível.
Desespero? Total! Eu nunca tinha nem torcido nem quebrado nada em mais de 20 anos de vida...
Até aquele momento não sabia a gravidade, mas logo soube: fratura exposta, sendo que a intervenção cirurgica deveria ser feita o mais rápido possível.
De acordo com os termos médicos, ocorreu uma fratura exposta da diáfase da tíbia e fíbula do tipo II. Para nós, leigos, fratura exposta com desalinhamento do osso da tíbia e da fíbula com ferimento maior que 1cm e pouca lesão ao músculo e nervos.

Abaixo foto do momento da fratura.




Mas a pergunta que não queria calar: como eu consegui quebrar desse jeito????
Não estava usando salto alto, não pulei, não fiz nenhum movimento brusco, ninguém nem se quer me empurrou ou me chutou!!
De acordo com os médicos foi fratura por torção, de característca espiralada. De novo, para nós, leigos, é como se eu pegasse uma caneta bic e a torcesse. Tente fazer e veja como fica. Pois bem, foi assim q eu fiz com meu osso!
Meu chinelo (croc não usem isso!!) escorregou mas logo aderiu ao chão novamente, contudo meu corpo já estava no movimento do tombo, por isso estourou a parte onde a energia dos dois movimentos contrários de encontraram.

Chegando ao hospital, raio-x e exames pré-operatórios foram feitos. Tinha que operar o mais rápido possível, que aconteceu as 18h30 do mesmo dia.
Fraturas expostas não podem demorar muito para serem fechadas devido ao risco de osteomielite (çontaminação e infecção dos ossos). É recomendável se operar, no máximo, até 12 horas após a exposição do osso.

Abaixo o raio-x da fratura antes da cirurgia.



A dor do pré-operatório é muito maior do que a dor do pós-operatório, o que já é um alívio.
Para a cirurgia, você tem que tomar anestesia raqui (rack) e felizmente, o médico te coloca para dormir para que você não veja nada.
Durante a cirurgia, o papel do médico é fazer a completa higienização da fratura com no mínimo 10 litros de soro fisiológico, deixar bem limpinho para depois fazer a redução da fratura (alinhar o osso, colocando-o no lugar).
Devido ao perfil da minha fratura, e por ela ser exposta, eu tive que colocar um fixador externo para que ela se mantivesse alinhada. Sim, são aqueles famos pinos e ferros que ficam p/ fora.
Abaixo um link mostrando extamente o que o médico teve que fazer:
http://www.smartimagebase.com/debridement-and-stabilization-of-open-tibia-fracture/view-item?ItemID=15018

Agora começa a parte mais preocupante, pois você tem que tomar milhões de antibióticos e rezar para que seu osso reaja bem a operação e aos pinos inseridos e não tenha sido infectado. Eu fiquei tomando diversos antibióticos por 18 dias após a cirurgia e graças a D'eus, deu tudo certo!
Na 1 semana após a cirurgia eu sentia muita dor e estava tomando remédios muito fortes. Tem gente que até diz que tem alucinações com os remédios, mas no meu caso a única coisa que eu senti foi enjôo. Após esta primeira semana, a dor diminui bastante, e tomando um tylenol ou novalgina já passa.

Abaixo foto do fixador externo após cirurgia.




A respeito do fixador externo, é necessário tomar muito cuidado com ele pois é bem frágil e qualquer toque que seja feito nele, você sente repercutir no seu osso. Por isso é necessário tomar muito cuidado!
A higienização é crucial, pois você ainda corre o risco de infecção no osso. Muita água e sabão e eu também usava iodo e pomada cicatrizadora.

A primeira parte da minha aventura já estava concluída! Só não sabia o que me esperava....

Existem alguns links bem legais e que dão mais informações médicas a respeito deste assunto. Segue abaixo:

http://www.projetodiretrizes.org.br/7_volume/18-Fratura_Ex.Dia.Tib.Ad.pdf

http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/blair_art4.htm

http://hcinvestimentos.com/2010/08/29/fratura-tibia-e-fibula-1-ano-de-recuperacao/

domingo, 29 de maio de 2011

Nice to meet you!

Resolvi criar este blog para compartilhar minha luta na recuperação de uma fratura na tíbia e fíbula.
Encontro pouca coisa na web que seja realmente útil para quem está na minha situação, então pretendo compartilhar as poucas coisas que acho com vocês.
Enjoy!